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Por que será que tantas mulheres caem na lábia de caras como Arthur Aguiar?

Luciana Bugni

08/07/2020 04h00

Ele pegou todas as celebridades da internet (e fora dela) (Foto: Instagram)

Chegou uma mensagem no meu celular: você também pegou o Arthur Aguiar? Puxei pela memória. Bem, não. Eu lembraria. Quase fiquei de consciência limpa, mas o assunto não terminava. Todo mundo falando das mulheres que Arthur Aguiar pegou, estando casado ou namorando. Fiquei intrigada.

Nunca havia reparado nesse moço e, apesar de ser jornalista, nunca tinha ouvido suas músicas. Falha minha. O descobri a partir da história de seu divórcio com Mayra Cardi. Soube, em uma pesquisa rápida no Google, que ele participou de Rebelde, na Record, depois foi para a Globo, fez uma ponta na primeira fase de Em Família, em 2013 (novela que assisti sem notá-lo), depois fez Malhação. Ele não tem nem 30 anos. Eu definitivamente não fiquei com ele, devolvi a piada para o meu amigo. Ele respondeu que não podia dizer o mesmo. Rimos.

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Porque será que tantas mulheres se interessam por um cara como Arthur Aguiar? A pergunta que surge nas conversas tem uma resposta óbvia: ele é famoso, tem um rosto bonito e, como disse Mayra Cardi em um de seus vídeos, "é gostosinho". Ele compõe músicas que podem não ser suas favoritas, mas têm seu público. Eu não sei o que ele diz para as mulheres, mas sei que funciona.

Mas tem, segundo as acusações de quem o conhece bem, hábitos condenáveis de infidelidade, ciúme excessivo, desatenção, dificuldade em dividir as tarefas de pai. Em um vídeo de seu Instagram, ele fez a pergunta constrangedora: o que é ser um bom pai? Bem, Arthur, a melhor pessoa para responder essa pergunta é a mãe da criança que, pelo que diz, amamentou sua filha sozinha por madrugadas enquanto você via séries.

Mas por que a gente cai em uma roubada dessa?

Olhando aqui de longe, sendo mais velha e mais experiente que as mulheres que foram traídas por ele, é fácil condenar quem caiu na lábia do que parece ser um cafajeste clássico: bonitinho, sedutor e abusivo. Mas quem de nós, mulheres, não esteve na situação de Mayra? Tem certos momentos em que basta surgir um rapaz com um papo certo, que supra nossa carência… pronto, onde eu assino?

Não tem problema nenhum ser um sedutor e sair atirando para tudo que é lado (eu inclusive tenho amigos que são, sabe). O problema é quando na lista das conquistas desse tipo de cara está fazer com que as mulheres se apaixonem perdidamente. E jurar reciprocidade. E casar. E querer ter filhos. E depois botar fogo em tudo. Às vezes, como declarou Mayra, usando o cartão de crédito da esposa para pagar o rolê com a amante. Deprimente.

E aí, quando a convivência fica insustentável — sabemos que não é muito fácil levar um casamento direito e sustentar uma vida de pegador — a mulher não consegue nem acreditar em que ponto chegou. Entra em negação. Sofre ainda mais para dispensar o rapaz. E, quando consegue, joga no ventilador. Aqui chegamos ao ponto em que discutimos a vida amorosa de Arthur Aguiar.

E como não cair em uma roubada dessa?

A resposta para a pergunta do título é outra pergunta: como nós, mulheres, podemos nos livrar da pressão para ficar com alguém? Certamente seria mais fácil ser solteira sem ninguém dizendo "Você vai achar alguém", "Já tentou os apps", "Tá na idade de casar" etc. Essa liberdade de viver sozinha poderia ativar um alerta decente que nos fizesse perceber que atrás daquele sedutor tem um cara que, bem, não vale nada.

Aí é entender que a gente pode, sim, ficar com eles por um pernoite barato, mas não é uma boa ideia fazer planos de um relacionamento monogâmico. E mais: se for casado, sai fora. O feminismo ensinou o suficiente nessa década para a gente não pegar alguém que está enganando outra mulher. E mesmo sem feminismo: tem tanto cara solteiro querendo pegar mulher por uma noite apenas, que não vale a pena acumular karma ruim por conta de um rostinho bonito (mais ou menos bonito em alguns casos) e um peitoral sarado (ou nem isso), né?

Arthur, rapaz do céu, em que confusão você se meteu. Na próxima, tenta não brincar com os sentimentos de ninguém. Se organizar direito e for honesto sempre, todo mundo transa e ninguém sofre depois.

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Sobre a autora

Luciana Bugni é gerente de conteúdo digital dos canais de lifestyle da Discovery. Jornalista, já trabalhou na “Revista AnaMaria”, no “Diário do Grande ABC”, no “Agora São Paulo”, na “Contigo!” e em "Universa", aqui no Uol. Mora também no Instagram: @lubugni

Sobre o Blog

Um olhar esperançoso para atravessar a era digital com um pouco menos de drama. Sororidade e respeito ao próximo caem bem pra todo mundo.


Luciana Bugni