Topo

Luciana Bugni

É offline que o bicho pega, dizem Grazi e Caio Castro. E você aqui online

Universa

18/10/2019 18h55

Grazi falou que é offline que o bicho pega. Caio Castro mandou emoji concordando.

Aparentemente é também na vida real que Caio Castro e Grazi andam se pegando. Justíssimo. Bom mesmo é quando as pessoas podem se pegar. Melhor ainda se não precisar postar.

É offline que o bicho pega: só li verdades, como dizem online. Embora nem sempre se leia verdades online. Aliás, é meio raro ler verdades online. Na internet, a gente mente para caramba. Não adianta muito, eu volto à sabedoria compartilhada por Grazi: é offline que o bicho pega. E como pega.

Veja também

Planejamento para o fim de semana bombando: "é hoje que eu vou para praia", diz o cidadão de bem. Previsão do tempo que se lê online: chuva e frio. Realidade offline: brincar de cativeiro com os amigos numa casa alugada sem sinal de internet e sem poder botar o nariz para fora por dois dias. Todo mundo bebe, alguém tira uma foto conceitual de um drink caprichado. Na segunda-feira, só o drink é postado na rede social. Ninguém vê que todo mundo brigou, que um amigo vomitou na pia da cozinha em cima do ceviche. Offline, o bicho pega. Online, o bicho sorri lindo, pleno. Instagramável. E não serve para nada.

Ninguém posta foto do boy com a legenda: "faz 3 meses que a gente não transa e eu penso se não viramos roomates apenas". É offline que ninguém se pega, às vezes. Acontece. Ninguém fala nada. Pelo contrário: foto de selinho no ano novo. Legenda: "eu te amo mais". Online, o romantismo das aparências impera. É bonito de ver. Pode até dar inveja. Mas inveja é pecado. É offline que a gente peca?

Todo mundo: "ah, mas você nem postou foto pegando quem você tá pegando".

Grazi: "é offline que o bicho pega".

Se bem que hoje em dia se não postar nas redes nem precisa sair de casa. Fica vendo Netflix ué. É offline que o tédio impera?

Offline não se muda nem o estado civil. Mas é depois da lua de mel que o bicho pega. No cesto de roupa para lavar — separando as coloridas das brancas. "Olha como ele lava a roupa", diz a legenda da foto cheia de roupas cor de rosa. Ninguém fala que a briga durou sete horas, atravessou a madrugada, a sogra foi ofendida, ele dormiu no sofá. É offline… você já entendeu.

Grazi dá uma alfinetada no mundo que posta foto se pegando na internet e avisa: não é lugar de se pegar ali. É offline que o bicho pega. Caio Castro dá uma risadinha safada e concorda. Que belo ensinamento para uma sexta-feira. Num sofá qualquer da Zona Sul do Rio de Janeiro, o bicho pode estar pegando offline agora. Certíssimos.

E a gente aqui, online. Sem pegar ninguém.

Sobre a autora

Luciana Bugni é gerente de conteúdo digital dos canais de lifestyle da Discovery. Jornalista, já trabalhou na “Revista AnaMaria”, no “Diário do Grande ABC”, no “Agora São Paulo”, na “Contigo!” e em "Universa", aqui no Uol. Mora também no Instagram: @lubugni

Sobre o Blog

Um olhar esperançoso para atravessar a era digital com um pouco menos de drama. Sororidade e respeito ao próximo caem bem pra todo mundo.