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Luciana Bugni

Rodrigo Bocardi e os vídeos íntimos: o vilão é quem compartilha

Luciana Bugni

19/02/2018 12h29

Volta e meia aparece o nome de alguma celebridade exposta na internet graças ao vazamento de fotos ou vídeos íntimos. Já falamos disso, quando o pobre do Cauã Reymond meditou pelado em casa e alguém teve a pachorra de colocar um drone na janela do cara — que é de frente pro mar, não tem vizinhos de frente — para fotografá-lo nu. Teve gente que disse até que a culpa era do cara, que não devia andar pelado na própria casa!

A bola da vez é Rodrigo Bocardi, que vive hoje seu melhor momento profissional — ficou no lugar de William Bonner durante todo o Carnaval e a Globo o declarou como substituto oficial do jornalista. Pois bem nesse momento, em que ele só teria motivos para comemorar, a internet está enlouquecida porque supostamente o cara é protagonista de um vídeo íntimo. Supostamente, porque não dá nem para afirmar que é ele. Desconfiam que seja uma montagem com cenas obscenas editadas com cenas de Bocardi. A minha vontade era ignorar o assunto. Mas talvez seja importante falar sobre isso até que percebamos o quando absurda é essa situação. Não é possível que estejamos falando do que uma pessoa faz em casa, com a webcam ligada — se é que é ele mesmo. Tem gente dizendo que a Globo devia demiti-lo, lembrando o que aconteceu com William Waack. É sério?

Não entendo a piração que as pessoas têm na intimidade de famosos. Entrei no Twitter para ver o que estavam falando sobre o assunto — há uma fila de gente perguntando onde consegue o vídeo. Pois bem, aqui temos um ponto. O que um jornalista faz na intimidade é problema dele. Se você compartilha um vídeo desses que caiu por acaso na sua mão, é um problema nosso: quem compartilha é o vilão. Diria mais: quem assiste já está errado.

O cara acionou seus advogados, os culpados estão sendo procurados. Isso pode manchar a reputação de um homem que estava crescendo meteoricamente na profissão, querido por todos. Imagina como ele está se sentindo? Propagar o que essas pessoas fazem, de maneira pejorativa como é o conteúdo da maioria dos posts que li, é feio. Eu não sinto vergonha pelo que Rodrigo Bocardi pode ter feito em um vídeo que talvez nem seja protagonizado por ele. Eu sinto vergonha de quem faz disso o assunto do dia, de quem tem tanta curiosidade pela vida do outro, a ponto de quem quer ver o circo pegar fogo a todo custo.

Já aconteceu com Carol Dieckmann, que foi atrás de seus direitos e até fez com que a lei tivesse o nome dela e hoje está bela e plena, fazendo faxina em sua própria casa em Miami. Tomara que Rodrigo também tenha a justiça ao seu lado e que as marcas dessa exposição não atrapalhem sua vida pessoal nem sua carreira. Vamos em frente.

E nós, anônimos, do lado de cá do computador e do celular, só temos que ter a dignidade de não propagar esse vídeo, caso o recebamos. Porque, se não for por respeito ao próximo, que seja por ter noção de que o compartilhamento é crime. E não faz sentido a gente querer o mal de alguém que nem conhecemos.

O primeiro #jn com a @renatavasconcellosoficial a gente nunca vai esquecer! Hoje, às 20:15!

Uma publicação compartilhada por Rodrigo Bocardi (@rodrigobocardi) em


Nosso respeito, Bocardi!

Sobre a autora

Luciana Bugni é gerente de conteúdo digital dos canais de lifestyle da Discovery. Jornalista, já trabalhou na “Revista AnaMaria”, no “Diário do Grande ABC”, no “Agora São Paulo”, na “Contigo!” e em "Universa", aqui no Uol. Mora também no Instagram: @lubugni

Sobre o Blog

Um olhar esperançoso para atravessar a era digital com um pouco menos de drama. Sororidade e respeito ao próximo caem bem pra todo mundo.